quarta-feira, 31 de maio de 2017

O mundo dos fantoches.

Foi quando eu percebi que eu só fazia o que fazia para sair da realidade. Ouvia música para me perder entre os versos, eu jogava para mudar de realidade, eu viajava entre mundos, entre paraísos e infernos. Mundos com dragões, bruxos, elfos, demônios... De nenhum deles eu sentia vontade de fugir, de sumir ou me sentia impotente.
O único mundo que me causava medo era o mundo dos humanos, eu chamava de o mundo dos fantoches,eu odiava os dos seus gritos, da sua pressa, do seus sorrisos amarelos, sua falsidade. A forma como arruinavam o próprio futuro fazendo questão de não se darem conta.
Cada vez menos eu queria ficar no mundo dos fantoches. Mas ele me buscava a todo momento, eu era obrigado a viver parte do meu tempo naquele lugar, feito para ser bonito, mas com um sentimento tão feio, um vazio tão cinza...
Nunca mais voltar para lá não era uma opção, e a vontade que uma vez eu tive, de salvar o mundo dos fantoches, não existia mais, eu só queria que aquele mundo terminasse logo e que os fantoches sumissem. A indiferença se tornou minha armadura.

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